terça-feira, 11 de março de 2025

"Qual é a dor que não dói?"

Como já escrito em alguns posts atrás, fiz esse blog como forma de me ajudar a processar algumas coisas com relação a minha deficiência, minha limitações e meus desafios diários. Na verdade, escrevi esse blog pois sempre era única aluna com deficiências nas escola e, depois na faculdade (na primeira, porque na 2ª já encontrei alguns de canto de olho). 

Depois de um tempo, resolvi fazer do blog uma espécie de diário virtual para ser algo além da deficiência, pois, sim, nasci com uma deficiência, mas existe outras coisas em mim. Volto sempre na questão da deficiência nas coisas que escrevo porque, querendo ou não, está dentro de mim e não vai sair. Mas sou uma pessoa e pessoas são cheia de questões, de complexidades, de sentimentos e, por vez ou outra, posto sobre meus sentimentalismos aqui. Escrever é uma forma de tentar externalizar o que sinto, não necessariamente por alguém, às vezes é, mas na maioria das vezes é sobre mim mesmo😉

Fernando pessoa, Luís de Camões, Carlos Drummond de Andrade ou qualquer outro dono de poemas, poesias ou frases belíssimas sobre amor e dor, as músicas antigas, ou vintage também, longe de mim querer insultar o que escreveram, sentiram e/ou relatam, mas também escrevo né....E a época de você já passou, embora ainda às vezes ecoem na memória e nos sentimentalismos dos/as românticos/as.

Por isso, meus caros, escrevo-lhes isto:

Convivi ou ainda acho que convivo, com meus medos e inseguranças que não queria, mas vieram mesmo assim. Ter que se reinventar e ressignificar muitas vezes se torna necessário. Sou bastante emotiva, tenho um lado racional também, mas acho que está meio desequilibrado sabe? Acho que, por algumas vezes ser emocional, emotiva, talvez não tenha me ajudado em alguns momentos, nem sempre consigo guardar o que sinto.

Dói,

doeu,

continua doendo?

Processos dolorosos mas muitas vezes necessários, não necessariamente físicos. O que existe creio que esteja mais ligado ao processo de cicatrização do que cura em si.

Ressignificados, traumas transformados.

Encontros e desencontros... De nós, dos outros....

Da vida...