segunda-feira, 4 de junho de 2018

Sou assim...

Sou pessoa com deficiência, não porto nada e nem sou especial, até por que especiais todos somos. Não me vejo especial por ser deficiente. Posso fazer coisas especiais ou ser especial para alguém. Também não dá para tapar o sol com peneira, eu sou eu e minhas circunstâncias e sei onde meu calo aperta. Sou assim sim, mas não deixo de fazer nada do que quero, na medida do possível. "Consigo tudo que eu quero", não me lembro de ter dito isso, mas me afirmaram que eu disse hahaha!
Com o passar do tempo, já alguns rótulos foram postos em quem nasceu ou adquiriu algumas circunstâncias diferenciadas e acredito que não vai parar por aí não. Já fomos chamados de tantas coisas, nomes "inapropriados", palavras às vezes ofensivas e sujeitos a apelidos toscos e de muito mau gosto.
Pois eu te digo isso, essas coisas incomodam sim, e não é pouco não, mas chega uma hora que nada disso faz o menor sentido e acaba incomodando cada vez menos. Claro que há maneiras e maneiras de se lidar com esses tipos de coisa...o meu é escrever, pelo menos agora é escrever hahaha. Já bati em gente por me chamarem de um monte de nomes, xinguei etc. Disso não me orgulho, violência não ajuda em nada, mas na hora foi o que me ocorreu.
Cada um lida do jeito que dá, como consegue na hora, muda a forma de lidar com isso... ou não muda... sem julgar, tá, pessoal?

sexta-feira, 13 de abril de 2018

"uma estranha no ninho"

Nos anos 80 nascia um estranho no ninho na Capital Federal. Uma estranha porque é assim que me sinto muitas vezes mas, hoje, posso dizer que sou a "melhor estranha que posso ser".
Nos 90, por um ano e meio fui para outro canto, outro país, outra realidade mas, que era particularmente uma realidade mais parecida comigo do que aonde tenha nascido.
Ao chegar ao ano 2000 ingressei na minha primeira faculdade, apesar dos absurdos que tive que escutar (e que esporadicamente ainda escuto).
Hoje, a despeito das dificuldades, que a maioria enfrenta sozinha, enfrento do jeito que dá, peço ajuda quando não dou conta de alguma coisa mas na maioria das vezes faço sozinha mesmo. Tento, tento de novo, mas não deixo me vencer, de me testar.
Antes não andava, agora não só ando como desfilo. Não dirijo um carro mas dirijo "meu barquinho", velejo agora. Não me "balançava" direito, agora danço. E por aí vai...Faço tudo o que tenho vontade de fazer, sempre me respeitando é claro. Meu equilíbrio desequilibrado não é feio, faz parte de mim. Me desequilibro equilibrando pela vida, pelos meus limites, testados diariamente.
Vou me erguer de novo como tantas vezes já o fiz e, farei quantas vezes ainda precisar, pois agora posso estar assim meio quebrada mas me fortaleço a cada dia e você não vai me vencer não.
Crescemos todos os dias cercados por obstáculos e nos perguntamos se vamos conseguir...minha resposta: sim, vamos. Sei que parece frase de livro de auto ajuda mas, conseguiremos tudo que quisermos se quisermos, basta ter força de vontade....Certa vez me disseram que eu, não me recordo disso mas tudo bem, disse mais ou menos assim: eu consigo tudo que eu quero. Geniosa eu né hahahaha
Não somos quem já fomos um dia, mudanças externas e internas às vezes são necessárias, cicatrizes visíveis e invisíveis são forjadas na pele como lembranças que surgem sem convite. Tudo isso para dizer que não importa o tempo que levar a gente consegue.