A cada dia que passa
me sinto mais capaz e ao mesmo tempo mais estabanada. Não gosto
de me machucar, de tropeçar. Na verdade, acho que ninguém gosta.
Meu avô, quando
reclamo de uma queda ou arranhão, me disse uma vez que era bom que eu estivesse
caindo e me machucando, significa que eu estava andando. É... pensando por esse
lado ele até poderia ter razão. Pensei muito sobre isso, ninguém nunca disse
isso assim, que me tenha feito parar e refletir sobre o assunto. Mas, mesmo
assim, ainda é desagradável, para não dizer o mínimo,
andar parecendo uma equilibrista ou um bêbado trançando as pernas por
aí. Mas... Essa é a minha vida, minha história, ou parte dela. Mas não
vou esconder nem ter vergonha de quem sou muito menos de como sou. Não mais!
Estou farta de me
lembrarem a cada hora das minhas limitações. Como se eu pudesse esquecer desse
detalhe. Eu nasci assim porra!
Sei que todos querem
o meu bem e se preocupam comigo mas, poxa, convivo com isso a anos. Gostaria
que botassem um pouquinho mais de fé em mim sabe. Só quero poder ser eu e não
quem querem ou ja quiseram, sei lá, que eu seja.
Sabe, sempre passa um
filmezinho na minha cabeça que me mostra coisas que não podia fazer e agora
posso, talvez não direitinho, mas do meu jeito eu posso.
Tenho
plena consciência de que existem coisas que ainda fica complicado de
eu fazer, mas como sempre, dou um jeito, meu jeito.