Quem me conhece sabe: equilíbrio é meu sobrenome, ou pelo menos, minha constante busca. E não, não estou falando só de ficar em pé sem tropeçar, caminhar sem me desequilibrar e às vezes cair, embora isso também seja um desafio real, rs. Desde que entrei na casa dos 40, lá em agosto, parece que tudo ficou um pouco mais... desafiador. Mas calma, deixa eu explicar melhor.
Na verdade, essa história de buscar equilíbrio começou bem antes dos 40. Antes dos 30. Antes dos 20. Desde os meus primeiros passinhos, literalmente. Não lembro a idade exata, mas sei que não foi naquele cronograma padrão que os pediatras adoram. E tudo bem. Cada um tem seu tempo, né?
Hoje, com quatro cirurgias no joelho no currículo (e sem direito a diploma, viu?), sigo enfrentando calçadas esburacadas, rampas mal planejadas e aquele clássico degrau traiçoeiro que ninguém vê. A acessibilidade até melhorou um pouco, mas ainda tem chão, e eu, às vezes, estou nele (cada vez menos me alegro em dizer) mesmo. Literalmente.
Convivo com uma deficiência, mas ela não me define. Ela me desafia, me molda, me ensina. E eu sigo tentando fazer o que gosto, do meu jeito, no meu tempo. Porque se tem uma coisa que aprendi é que viver com deficiência é como andar na corda bamba: exige foco, força e, principalmente, leveza. Tenho uma deficiência, não é ela que me tem. A deficiência é uma das inúmeras características que tenho... Por exemplo, sou uma pessoa branca, tenho cabelos e olhos castanhos, uso óculos e tenho uma deficiência. Sim, coloco a deficiência por último pois sou uma pessoa antes da deficiência que me acompanha, ela é parte de mim então melhor fazer amizade😉
Às vezes me pergunto como será envelhecer com essa bagagem extra. Porque o que já seria um processo natural de perda de algumas funções, no meu caso, pode vir com um “plus” de complexidade. Ainda não sei exatamente o que isso significa, e tudo bem. Cada corpo é um universo, e o meu tem suas próprias regras.
O importante é que sigo tentando. Um passo de cada vez. Mesmo que, de vez em quando, esse passo me leve direto pro chão. Mas ó: com estilo, viu? 😄